Médicos decidem por demissão coletiva no Hospital Alayde Costa
Demissão coletiva foi a atitude tomada pelos médicos das enfermarias e da UTI do Hospital Alayde Costa (HAC), localizado em Escada, no Subúrbio Ferroviário.
A decisão foi tomada após a troca de gestão para a Pró-Saúde. Os médicos foram surpreendidos com a proposta de redução salarial acentuada, apresentada pelo novo diretor, Paulo Pimenta. A ameaça foi a gota d’água que se somou ao que consideram “precárias condições de trabalho na unidade”.
Os médicos afirmam que a decisão é irrevogável – mesmo que a instituição venha a desistir da intenção de comprimir os salários -, em função da má reputação da Pró-Saúde. Assim, já deram um prazo de 15 dias para proceder a transferência dos pacientes internados e providenciar a alta dos que estejam em condições de serem liberados.
Já os médicos da UPA de Escada, que funciona na mesma unidade, tendo também recebido proposta de redução salarial, decidiram que caso a Pro-Saúde não volte atrás, mantendo os atuais salários, passarão a atender apenas os casos de urgência e emergência, com base no processo de classificação de risco, a partir do próximo dia 15 de setembro.
Diante da gravidade da situação, o Sindimed já solicitou reunião com o secretário de Saúde do Estado, Washington Couto, e está encaminhando ofícios às demais autoridades ligadas à saúde (Cremeb, Ministério Público estadual, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, prefeito de Salvador, Governador do Estado), bem como ao arcebispo de Salvador Dom Murilo Krieger, uma vez que a Pró-Saúde tem na sua diretoria pessoas ligadas à Igreja Católica.
Os médicos fazem assembleia na próxima quarta-feira, 10 de setembro, às 19h30, no Sindimed, para discutir o andamento das providências frente às ameaças que sofrem.
A gestora anterior, a Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Castro Alves (APMI), foi substituída, no dia 1º de setembro pela Pró-Saúde, que já causou diversos problemas em outras unidades de saúde, como foi o caso do 16º Centro, no Pau Miúdo e também em Valéria.
Os médicos se queixam da falta de materiais básicos, equipamentos como desfibrilador e respirador sem manutenção ou quebrados, e até falta de medicamentos que ocorre de forma intermitente, mas constante.
“Em alguns casos, a falta de um antibiótico obriga a sua substituição por outro, no meio do tratamento, o que causa sérios prejuízos aos pacientes”, reclamam.