Defensoria quer punição de envolvidos em agressão a quilombolas

Após a divulgação de um vídeo que mostra a agressão a uma líder comunitária de Rio dos Macacos, a Defensoria Pública da União (DPU) na Bahia recomendará à Marinha o afastamento de todos os envolvidos no caso, ocorrido no dia 6 de janeiro, além de abertura de Processo Administrativo Disciplinar para que haja a punição dos agentes. Para o defensor federal João Paulo Lordelo, imagens da agressão divulgadas pela imprensa deixam claro que houve participação de militares e o caso precisa ser apurado com rigor. “A tentativa de amarrar uma pessoa da comunidade tradicional revela o ‘modus operandi’ que, lamentavelmente, ainda é comum em alguns membros das instituições militares, em clara violação à legislação, ao bom-senso e ao sentimento de humanidade”, afirmou o defensor, que deve enviar nesta quinta-feira (13) um ofício à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ainda de acordo com Lordelo, as agressões que os membros da comunidade Rio dos Macacos vêm sofrendo são antigas e a omissão das autoridades em resolver o impasse pode gerar a responsabilização internacional do Estado Brasileiro. “A Defensoria Pública da União não hesitará em provocar a Corte Interamericana de Direitos Humanos, se esta for a última solução”. Em nota oficial, a Marinha afirmou que as detenções foram motivadas pelo comportamento e ameaças de dois quilombolas, mas que eles foram “liberados após a situação ter sido controlada”. A Marinha afirmou, ainda, que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar o caso.