Católicos vão às ruas no Domingo de Ramos
A aposentada Amenaide Dias, 89 anos, percorreu o trajeto de mais de 2 km entre o Campo Grande e a Praça Tomé de Souza ajudando a amiga Margarida Vieira, 89, que andava com dificuldade, mesmo se apoiando em uma bengala. “Vou comungar lá na praça!”, disse Margarida.
As duas moram no abrigo Mariana Magalhães, nos Barris, e logo cedo pegaram um táxi para participar da Procissão de Ramos, realizada pela Arquidiocese de Salvador neste domingo (25). “Sou religiosa, confio muito em deus. É maravilhoso estar na presença dele”, disse Amenaide segurando o tradicional ramo.
Dezenas de pessoas acordaram cedo para ir ao Campo Grande para a concentração da caminhada, que terminou com a missa do Domingo de Ramos, na Praça Municipal. No mesmo dia foi comemorado o Dia Mundial da Juventude – e até ‘jovens de cabelo branco’ curtiram com muito canto e dança a celebração pela fé.
Atrás do trio elétrico, comandado por padres e banda, os fiéis caminharam animados, sacudindo os ramos e cantando músicas religiosas – teve axé, rockabilly e até reggae. A tradição de carregar o ramo surgiu do gesto feito pelo povo de Jerusalém, agitando galhos de oliveiras e palmeiras, com a chegada de Jesus à região.
“Nós queremos nos unir àquela experiência que Jesus teve quando entrou em Jerusalém e foi espontaneamente aclamado como rei. Queremos dizer ‘entre em nossa casa, em nosso coração e mude nossas vidas’”, disse o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil dom Murilo Krieger, antes de iniciar a procissão, por volta de 8h.