Aumento no nível de desemprego é a principal preocupação, diz Dilma
Durante café com jornalistas ontem, a presidente Dilma Rousseff classificou o combate ao desemprego como a grande preocupação do governo. “Todo o esforço do governo (…) é para impedir que, no Brasil, nós tenhamos um nível de desemprego elevado”, afirmou, na conversa com jornalistas de sites, revistas e agências internacionais, após a divulgação de dados do desemprego do IBGE, que atingiu 9% no trimestre até outubro de 2015.
A presidente disse ainda que reequilibrar o Brasil num quadro em que há queda de atividade implica, necessariamente, em ampliar impostos. Numa referência à volta da CPMF, Dilma ressaltou que a aprovação do imposto pelo Congresso “é fundamental para o país sair mais rápido da crise”. Ela destacou que as três prioridades do governo no Congresso são CPMF, junto com a Desvinculação das Receitas da União (DRU) e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Dilma avaliou ainda que esses três projetos “são essenciais para perseguir o (objetivo) primário e, ao mesmo tempo, reequilibrar fiscalmente”. A presidente defendeu a CPMF como um imposto que se dissolve e se espalha por todos e é de “baixa intensidade”, além de ter um pequeno impacto inflacionário e permitir controle de evasão fiscal. “Se você considerar os demais impactos, (os da CPMF são) pequenos em consideração aos demais que, por ventura ocorreriam se você tentasse outras formas”, disse. A presidente também reconheceu que é preciso rever a atual estrutura do sistema brasileiro, para torná-lo mais justo. Hoje, a maioria dos impostos incide sobre bens de consumo, o que acaba punindo os mais pobres.
Às vésperas da primeira reunião de 2016 do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), a presidente Dilma Rousseff afirmou que a instituição deve prestar contas ao governo e disse que o BC é autônomo, mas não independente. “Para o meu governo, o Banco Central não é uma instituição independente. Independente é a relação, pela lei brasileira, entre o Executivo, o Legislativo e Judiciário”, afirmou. Entretanto, Dilma reforçou que, para ela, falar em independência é algo que se refere apenas aos três poderes da República. “O BC é uma instituição autônoma. Tem autonomia para fazer sua política. Mas isso não significa que não preste contas a todos os órgãos e deve prestar contas, inclusive, ao Congresso e comissão do Senado”, afirmou. “O que posso dizer é que o BC é autônomo, mas não é independente. Não é um poder”, rechaçou a presidente