‘A lealdade perdeu para a chantagem’, diz Nilo.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), disse, com a voz embargada, que perdeu a admiração política pelo político Jaques Wagner ao comentar, nesta quinta-feira (20), o fato de o governador, ao invés de o escolher como candidato a vice, ter preferido o deputado federal João Leão (PP) para estar ao lado do chefe da Casa Civil, Rui Costa, nas eleições 2014. “Continuo tendo apresso, respeito e admiração pela pessoa do governador. Se ele quiser ser meu amigo vai continuar, mas eu perdi a admiração política. Aproximação política, novamente, acho bem difícil”. A declaração emocionada foi feita durante entrevista concedida ao programa “Acorda pra vida”, da Rádio Tudo FM, esta manhã. Ao longo do que soou como um desabafo, Nilo fez questão de deixar claro que foi leal ao governador, ao lado do qual esteve em eventos importantes, como as greves dos professores estudais e da Polícia Militar. O presidente da AL-BA também não deixou de atacar o “adversário”. Disse que Leão não tem a mesma força política que ele e que já trocou de lado diversas vezes. “O que Leão dizia de Rui Costa é impublicável. Ele é o homem do buraco zero, que diz que o PAC, que a ferrovia Oeste-Leste são dele. Eu nunca fiz chantagem e não mudo de lado. Sempre fui leal ao projeto do PT. Agora, João Leão, já trocou de lado umas dez vezes”, afirmou o deputado ao demonstrar insatisfação com a escolha. Segundo ele, embora pareça “inacreditável”, até esta quarta-feira (19), pela manhã, o governador negava que João Leal já teria sido escolhido. “Eu tentei desistir três vezes [de concorrer como vice], mas não me deixaram. Se tivessem me falado alguns meses antes, estaria tudo bem. Mas até ontem pela manhã, durante encontro do Wagner ele dizia que eu não tinha ouvido nada dele, que nada estava definido”, desabafou Nilo, que ainda complementou: “Na realidade, eu fui usado para valorizar a posição de vice, quando chegou a hora da onça beber água, não me deram”. A partir de agora, o político diz que não vai se opor, caso seu partido, o PDT, decida apoiar a oposição. “Se meu partido decidir apoiar a oposição, desta vez eu não veto. Eu tinha dito que não aceitaria que o PDT apoiasse ACM Neto, mas agora, se o PDT decidir apoiar Geddel, Paulo Souto ou Lídice não vetarei”, declarou informando, ainda, que a senadora Lídice da Mata – pré-candidata a governadora pelo PSB – é sua amiga e que sua esposa e filhas já disseram que votarão nela. Sobre seu posicionamento, após o ocorrido, Nilo diz que seguirá o partido, mas que, pessoalmente, ainda não se definiu. “Meu voto só vou decidir depois da Copa”, afirmou.