Baianos estão casando menos
Os baianos, pelo menos, estão casando menos, segundo dados da última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre o assunto.
Em 2012, o número de oficializações na Bahia caiu em quase seis mil, em comparação a 2011. Foram 62 mil contra 56 mil em 2012. Com isso, a Bahia desceu no rancking dos estados onde mais há casamentos, perdendo o quarto lugar que ocupava em 2011 para o Paraná, ficando assim na quinta posição.
Em Salvador, a redução foi de 13.598 oficializações para 12.203 no mesmo período. Para o psicoterapeuta Rodrigo Bastos Mello, os números refletem a diminuição do valor que as pessoas estão dando ao casamento.
“A sociedade moderna procura a quebra das tradições que eram valorizadas no passado e isso pode estar influenciando na perda de valor atribuído a esta oficialização, ao ritual do casamento”, afirmou. Ele também atribui os números a supervalorização do individualismo, característica muito presente na sociedade atual.
“A vinculação da ideia de que ser solteiro traz atributos mais atraentes do que ser casado, como a ideia de liberdade, falta de comprometimento, também pode ter influência sobre esta realidade”, continuou. Para ele, os custos da formação familiar também pesam na hora da escolha e isto também influencia na questão dos divórcios.
Embora caminhe em sentido contrário, o número de separações diminuiu no estado, passando de 5.939 em 2011 para 5.247. Embora a tendência seja de redução, Mello ainda considera o quadro acima do normal. Se comparado a quantidade de uniões, a porcentagem de divórcios é de quase 10%.
Para ele, este índice também retrata a mudança da visão de que casamento é um contrato eterno. “As pessoas já veem o casamento de forma diferente comparada a outros tempos. Hoje o ato não é só visto como algo obrigatório ou tradicional, fazendo surgir vários outros moldes de celebração e rituais ou simplesmente não é considerado indispensável, como já foi um dia”, afirmou o especialista. Ele também ressalta a tendência de convívio mútuo sem a oficialização judicial.