Rodoviários de Salvador ameaçam parar
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Bahia (Sintroba) realiza duas assembleias nesta quinta-feira, 22, para votar e oficializar a decisão de deflagrar a greve da categoria por tempo indeterminado.
Os encontros, às 9h e às 15h, acontecerão na sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sindenergia), na avenida J.J. Seabra (Sete Portas).
Nesta quarta, 21, após a terceira reunião de conciliação entre os rodoviários e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), o presidente do Sintroba, Hélio Ferreira, deu a paralisação como certa.
Segundo o sindicalista, a greve só pode começar 72 horas após ser anunciada. Logo, caso a categoria decida cruzar os braços nesta quinta, a frota de ônibus de Salvador já poderá parar na virada de domingo, 25, para segunda, 26.
Porém, de acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, a previsão da entidade é que a greve inicie, de fato, na terça, 27. “Os ônibus vão rodar até meia-noite de segunda”, anteviu o dirigente sindical.
Transtornos
Sobre a declaração dada à imprensa na semana passada, afirmando que a greve da categoria aconteceria sem ônibus circulando, Hélio Ferreira desconversou e disse que “o setor jurídico do sindicato está tratando deste assunto”.
O assessor de relações sindicais do Setps, Jorge Castro, afirmou que, caso se confirme a paralisação, a única alternativa das empresas é a porcentagem de veículos que a Justiça determina para continuar rodando na cidade.
Já o presidente do sindicato dos rodoviários afirma que, “caso a Justiça desrespeite o direito à greve” aumentando o percentual de ônibus que devem rodar, além dos 30% previstos, “haverá um pedido de demissão em massa”.
O representante do Setps, por sua vez, descarta esta possibilidade: “No dia em que houver demissão coletiva, o mundo vai acabar. Isto não existe. Seria prejuízo para eles. Motorista é tudo, menos besta”, afirmou Castro.
O titular da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), Fábio Mota, disse que a prefeitura vai colocar ações em prática para tentar sanar os transtornos, mas que a gestão municipal “não tem como determinar se vai ter greve”.
“Realizaremos ações, mas não temos uma frota estatal para substituir os veículos parados”, disse Mota, sem revelar as ações da prefeitura.
Reivindicações
Entre as exigências dos rodoviários, está o aumento de 15% nos salários e de 63,5% no tíquete-refeição (iria de R$ 12,23 para R$ 20), além da redução da jornada de trabalho de 8h para 6h e a consequente extinção da hora fracionada de descanso.
O Setps afirma que só negocia o aumento salarial.